No mercado americano várias empresas de comunicação começaram a mudar seu discurso institucional, tentando se desvincular do termo “agência de propaganda”.
Em vários sites institucionais de grandes grupos é notável a recorrência do termo “não somos uma agência de publicidade”, geralmente acompanhado de complementos como: “somos um ambiente criativo” ou “um celeiro de ideias” entre outros.
O que aconteceu para que estas empresas passassem a negar uma área de negócios tão tradicional?
Na verdade negar a “propaganda” é algo paralelo ao desenvolvimento do mercado de internet. O termo “propaganda” sempre foi diretamente ligado, pelo menos na mente da maioria, ao impacto de uma única grande mensagem (big idea) utilizando as mídias de massa.
Quando surge no mercado, um tipo de comunicação que atinge o consumidor de uma forma diferente dos vts de 30 segundos, utilizar o termo “propaganda” para definir este novo tipo de negócio se torna inviável.
Outro ponto importante nesta negação é que o consumidor padrão americano não possui muita afinidade com o termo, que sempre representou algo que atrapalhava seu programa favorito, mas era um mal necessário.
Se hoje, estamos em uma fase de transição em que o consumidor possui maior controle sobre que conteúdo absorver e nega “as propagandas”. As agências precisam se reinventar, procurando novas formas de comunicação através de conteúdos segmentados ligados a entretenimento ou utilidade e neste estagio, usar o termo “propaganda” não é suficiente para abranger a real transformação do mercado.
O efeito desta transformação também é notável no movimento atual das empresas de propaganda.
Grupos de agências tradicionais estão criando ou comprando outras empresas digitais em um processo claro de digitalização do mercado, ou reinvenção da “propaganda”.
Resumindo, a razão pela qual o termo não serve mais é que o mix de marketing se torna cada dia mais complicado e os anunciantes querem agências que ofereçam uma solução completa. Ao se definir como uma “agência de propaganda” na mente da massa, a empresa se limita e pior, fica desatualizada frente a outros concorrentes.