A importância do pensamento crítico no Marketing

O perigo da retórica anti-história no Marketing

Enquanto assistia a um vídeo recomendado sobre a utilização das mídias sociais na criação de marcas, me deparei com uma citação de Mark Ritson, PhD em Marketing pela Lancaster University: “[O Marketing] é uma disciplina centenária desesperada em queimar tudo o que descobrimos, estabelecemos e aplicamos porque um adolescente em Ohio inventou um aplicativo chamado ‘Flappo’.” A frase me arrancou um sorriso.

Essa retórica anti-história é perigosa no mundo do Marketing. Tudo o que é novo e brilhante parece ouro para os profissionais de marketing, mas nem sempre é assim. A novidade pode não ser tão valiosa quanto parece, mas ainda assim é difundida, comprovada e vendida. É uma surpresa que nos engaja sem assustar. Queremos entender como aquilo funciona para aplicá-la em nosso dia a dia, mas e quando isso não faz sentido?

Agilidade versus estratégia

O profissional de marketing deve ser ágil para responder rapidamente ao que acontece ao seu redor, mas tomar decisões com rapidez é diferente de tomar decisões por impulso. A pandemia da COVID-19 é um exemplo recente disso. Todos os profissionais tiveram que pensar em novas ações, quase literalmente, de um dia para o outro. Nesse caso, medo e insegurança foram complicadores que dificultaram chegar a qualquer veredito.

No pandemônio mental e social que se instaurou, aquelas pessoas que não abriram mão de pesquisar e refletir antes de fazer qualquer coisa sofreram menos. A aceleração da transformação de um modelo de negócio é muito mais impactante que a adoção ou não de um novo app dentro de uma estratégia de marketing digital, mas, dadas as devidas proporções, as duas exigem o mesmo: pensamento crítico.

O valor das metodologias

O Marketing não é entendido como ciência, mas nem por isso podemos fugir de métodos. Longe de engessar, metodologias mostram caminhos possíveis, são uma forma de trabalhar ideias em busca de determinado resultado e, independentemente de quais serão os seus movimentos, devemos identificar o problema, pensar em soluções, testá-las e analisá-las. Isso não é nada novo. Não precisamos reinventar nenhuma roda.

No entanto, rapidamente, dispensamos esses passos quando uma tecnologia brilhante e disruptiva aponta no horizonte. As novidades dão forma e força ao Marketing, é verdade, mas elas também enganam, são perniciosas e exigem cuidado ao primeiro pensamento de implementação total. A ânsia de se destacar com a última tendência não pode passar por cima da reflexão sobre seu próprio trabalho.

Conclusão

Em suma, os profissionais de marketing precisam encontrar um equilíbrio entre a agilidade e a estratégia. Não podemos nos deixar levar pela retórica anti-história que queima tudo o que já foi descoberto e estabelecido em prol do que é novo e brilhante. Devemos aproveitar as metodologias e o pensamento crítico para tomar decisões informadas e estratégicas, em vez de agir por impulso. Dessa forma, poderemos criar campanhas de sucesso e gerar valor real para nossas marcas.

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