Os robôs não vão dominar o mundo, mas precisamos discutir ética

Embora 2020 tenha nos ensinado que tudo pode acontecer, ainda acredito que os robôs não vão dominar o mundo. Não porque duvido da sua capacidade superquântica, mas porque, mesmo que isso aconteça, os seres humanos serão os responsáveis por tornar essa conquista uma realidade. Então, em última instância, seremos nós os dominantes e precisamos adotar uma postura crítica em relação a isso.

A importância de recobrar a visão sobre os números

O medo distópico da dominação robótica parece real por causa do valor que atribuímos aos números. Os robôs são matemática, não há como negar. No entanto, muitas vezes perdemos de vista que a matemática é apenas uma das muitas formas de organizar o mundo. Tanto é assim que afirmamos categóricamente que os números não mentem, como se fossem uma entidade autônoma, sem nenhuma intervenção humana.

Os números não são apenas a leitura de uma realidade objetivamente criada, mas também são subjetivamente construídos. É necessário, portanto, recobrar essa visão. Não precisamos ter medo de que um pensamento humano passe por cima de um exato, afinal, os dois são ciência. Não da mesma forma, mas com a mesma importância. Quanto mais robôs ganham o mundo, mais precisamos discutir ética. Quanto mais dados são criados, mais precisamos entender como eles modificam a realidade.

Números não são frios, precisamos de um olhar responsável

Os números nunca foram e nunca serão frios. É preciso enfrentar essa dureza que colocamos em cima dos algarismos arábicos. Todos os números, desde os zeros até os maiores números, precisam de um olhar responsável, especialmente quando usamos cada um para tomar decisões. Estamos sempre prontos para usar os dados como endosso dos nossos vieses, mas temos receio de criticá-los, pois tememos que eles nos mostrem algo que não queremos ver, seja por ignorância, ingenuidade ou hipocrisia.

A humanidade dos números é responsabilidade exclusiva nossa. Se permitirmos que os dígitos escolham por nós, entregaremos a dominação do mundo não aos robôs, mas a humanos com decisões abjetas.

Conclusão

Em resumo, os robôs não vão dominar o mundo. Mas, se isso acontecer, seremos nós os responsáveis. Por isso, precisamos adotar uma postura crítica em relação a isso. Os números não são frios e precisamos de um olhar responsável sobre eles. Recobrar essa visão é essencial para entender como eles modificam a realidade e discutir ética em um mundo cada vez mais dominado por robôs.

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