O comportamento financeiro dos brasileiros: uma análise da desbancarização
A população brasileira apresenta um comportamento financeiro não homogêneo. Há aqueles que optam pelos bancos tradicionais, outros pelas empresas digitais e, ainda, existem aqueles que escolhem administrar o próprio dinheiro de forma independente, sem qualquer conta bancária. Esses últimos são denominados de desbancarizados, e apesar do cartão de crédito ser amplamente difundido no país, segundo levantamento do Banco Central, 96% da população brasileira utiliza dinheiro em espécie para fazer pagamentos, e 60% preferem papel-moeda para fazer suas transações.
Uma pesquisa realizada pelo Instituto Locomotiva revela que no Brasil existem 45 milhões de desbancarizados, ou seja, brasileiros que não movimentam a conta bancária há mais de seis meses ou que optaram por não ter conta em banco. Esses indivíduos movimentam anualmente mais de R$ 800 bilhões, dinheiro que não está aplicado em banco nenhum.
A desbancarização é um fenômeno crescente no Brasil, que ocorre principalmente pelas tarifas altas, crédito restrito, burocracia e baixos rendimentos dos bancos tradicionais. Muitos desbancarizados são ex-bancarizados que não tiveram boas experiências como clientes de bancos e não acham que o dinheiro deles estava bem guardado. Outros são trabalhadores autônomos que preferem receber em dinheiro vivo.
A maioria dos desbancarizados se encontra no Nordeste, seguido em números pelo Sudeste. Esses dados se unem aos indícios da mudança no comportamento dos consumidores de serviços bancários. Uma pesquisa da FEBRABAN mostra a preferência dos clientes pelos canais digitais, confirmado pela nova era das comunidades online.
Os bancos digitais, também conhecidos como fintechs, têm conquistado clientes e mais espaço no mercado, oferecendo taxas mais acessíveis e sem pedir comprovante de renda. Com isso, as pessoas agora podem ter acesso às ferramentas para fazer pagamentos, transferências e investimentos mesmo sem conta formal em um banco.
Além dos bancos digitais, os cartões pré-pagos são outra opção para os desbancarizados, pois não é preciso ter conta bancária para utilizá-los. Com eles, é possível realizar compras em lojas físicas e virtuais, saques e até mesmo quitar a assinatura de serviços online.
A desbancarização é um fenômeno que já ocorre em outros países, como Estados Unidos e alguns países da Europa, onde a população teve mais poder de compra e optou por corretoras ou fintechs online que oferecem acesso a mais oportunidades de investimento, mais facilidade e custos menores.
No Brasil, o Banco Central tem incentivado a competição entre instituições tradicionais e novatas para derrubar as taxas, melhorar os serviços e aumentar a inclusão. A competição e inovação são benéficas ao consumidor, que pode escolher em qual se adéqua mais.
Conclusão
A desbancarização é um fenômeno crescente no Brasil, que ocorre principalmente pelas tarifas altas, crédito restrito, burocracia e baixos rendimentos dos bancos tradicionais. Os desbancarizados representam uma grande fatia da população brasileira que não tem fidelidade a nenhuma instituição bancária, mas que não deve ficar desamparada, abrindo espaço para as alternativas que atendam essa demanda e que ofereçam serviços digitais mais práticos, rentáveis e com taxas mais atrativas.
Os bancos digitais, os cartões pré-pagos e outras iniciativas financeiras são opções para os desbancarizados, que movimentam anualmente mais de R$ 800 bilhões no país. O Banco Central tem incentivado a competição entre instituições tradicionais e novatas para derrubar as taxas, melhorar os serviços e aumentar a inclusão. A competição e inovação são benéficas ao consumidor, que pode escolher em qual se adéqua mais.
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