A Nova Lógica do Consumo de Conteúdo: Por que as Newsletters São o Futuro
Não lembro quando foi a primeira vez que preenchi uma caixa de “deixe aqui o seu e-mail para assinar nossa newsletter”. Mas sei que já assinei mais de 30. Para mim, a newsletter é uma mistura de FOMO e confiança nas fontes que deixo entrar na minha caixa de entrada. Além disso, a newsletter é fixa e sempre está lá, esperando por mim, diminuindo a ansiedade de estar perdendo os acontecimentos se não estiver scrollando uma timeline o tempo inteiro.
Quando decidi criar meu próprio projeto de conteúdo, não tive dúvidas de que seria uma newsletter semanal porque esse sempre foi o meu canal favorito como leitora. E agora, como remetente da Bits to Brands, posso confirmar que esse é um canal com muito potencial de construção de relacionamento e que, junto com os podcasts, está mudando a lógica do consumo de conteúdo.
O fortalecimento da newsletter é visto pela quantidade de plataformas de publicação de newsletters que vem ganhando popularidade — como TinyLetter, Refind e Revue. Outras vêm ganhando também investimento: em julho/2019 a Substack levantou 15,3 milhões de dólares para seguir permitindo que qualquer um comece e monetize a sua newsletter. E quando o assunto é monetização, muitas newsletters já funcionam como negócios.
Do lado dos consumidores de conteúdo, a newsletter tem um quê de refúgio. Em meio ao excesso de conteúdo, a curadoria ganha cada vez mais relevância para as pessoas. No excesso de interrupções das redes sociais, a fluidez de um e-mail com início, meio e fim é um oásis. Além disso, uma newsletter é algo que você escolhe quando quer ler, em vez de ficar refém dos algoritmos e do imediatismo do conteúdo em timelines.
Como resultado, vai se construindo uma relação mais próxima e mais íntima — somos eu e você na sua caixa de entrada, como somos eu e Scott Galloway ou Gwyneth Paltrow nos meus fones de ouvido. Mesmo que eu envie e-mails para mais de mil pessoas, e o goop podcast tenha milhões de ouvintes.
A nova lógica de consumo de conteúdo é baseada em relacionamentos em larga escala. É a gente sentir que aquela pessoa está falando diretamente com a gente, que aquele conteúdo foi curado e produzido especialmente para nos informar. E assim, a lógica da busca pelo “n” muda junto.
As marcas têm que ser estratégicas ao se inserir nesse formato. Há duas maneiras principais: seja atrelando a sua marca a uma newsletter já existente ou criando uma newsletter da sua marca. Ao misturar essas duas coisas, você estará desperdiçando o potencial de ambos os formatos. Lembre-se de que aqui a lógica é a individualização, e não a autopromoção. É sobre quem está recebendo e o que vai lhe interessar, e não a sua marca e o que ela quer divulgar sobre si.
Em resumo, a newsletter é uma ótima oportunidade de dividir com o seu público assuntos de interesse dele — sejam eles vindos diretamente da sua marca, ou usando da curadoria. A conversão vem como consequência desse trabalho bem feito.
A lógica do “1–1 — n” veio para ficar. O podcast e a newsletter são formatos que tendem a performar muito bem nesse universo de menos barulho e mais intimidade. E se 2019 é o ano do podcast, estou cada vez mais certa que o momento do e-mail está chegando.
Portanto, é importante respeitar todas as particularidades da newsletter e da audiência, sem invadir pelas métricas convencionais ou pela necessidade do mega alcance. Que a gente atinja o ponto ótimo do escrever com atenção e cuidado, de marcas que queiram participar de conversas de qualidade e como resultado, uma audiência mais engajada e uma relação mais próxima.
Acompanhe mais dicas de Gestão e Liderança aqui na Mercado Binário