Preparando os estudantes para a economia compartilhada: desafios e habilidades essenciais

Economia colaborativa: desafios para a educação brasileira

A educação no Brasil enfrenta uma série de desafios, principalmente em relação ao investimento. Apesar disso, tem conseguido ampliar os horizontes de muitas pessoas. Segundo o levantamento Education at Glance, da Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), em 2019, 21% dos jovens brasileiros entre 25 e 34 anos haviam concluído o Ensino Superior, enquanto em 2008, a taxa era de 18%. No entanto, a economia colaborativa, impulsionada pelos avanços tecnológicos, nos apresenta novos desafios em relação às relações de trabalho. Com a chegada de modelos de negócio como Uber e Airbnb, as pessoas podem exercer suas funções sem a necessidade de um escritório físico. Diante desse cenário, é importante questionar se as instituições educacionais estão preparando os alunos para as novas dinâmicas de trabalho e renda trazidas pela economia compartilhada.

Universidades estrangeiras se adaptando à economia compartilhada

Embora o movimento seja incipiente, as universidades estrangeiras já começaram a se movimentar em relação à economia compartilhada. Algumas instituições têm reformulado cursos para que eles sejam “freelance-friendly”. Elas oferecem aulas online e uma seleção de eletivas rotativas para assegurar que seus alunos estejam estimulando as habilidades que precisam desenvolver. Na Wake Forest University, por exemplo, a professora de comunicação Rebecca Gill implementou o curso “Comunicação em Ambientes Empresariais”. Além de estudar a história da economia compartilhada, os alunos aprendem a entender e interpretar as necessidades de colaboradores e das empresas nesse novo cenário. Eles também recebem lições de como avaliar trabalhos, recusar aqueles que não valem a pena e a usar ferramentas que facilitam o fluxo de processos.

Algumas instituições têm criado hubs de inovação e possibilidades para que seus alunos criem portfólios adaptados às próprias habilidades. Na Emory University, por exemplo, os alunos podem fazer um “enriquecimento pessoal”, ganhando certificados em disciplinas como escrita criativa e fotografia digital. Já na Georgia Institute of Technology, o programa Create-X já ajudou a fundar 81 startups de estudantes, que coletivamente arrecadaram dois milhões de dólares em três anos.

Mesmo lá fora, contudo, o número de universidades que se preparam para esse novo cenário econômico ainda é pequeno. Um levantamento da UpWork apontou que 89% dos freelancers desejavam que as escolas os preparassem melhor para esse tipo de trabalho.

Habilidades essenciais para a economia compartilhada

Os cursos de graduação ainda são muito valiosos para a carreira, mas algumas habilidades precisam ser desenvolvidas dentro e fora dos espaços das universidades para que os estudantes tenham mais oportunidades na economia compartilhada. Aprender com os próprios erros, ser o próprio empregador, gerenciar finanças e vender seu trabalho são algumas das habilidades essenciais para os profissionais que desejam trabalhar na economia colaborativa.

Mudanças no horizonte da economia compartilhada

A economia compartilhada transformou dinâmicas de mercado em pouco mais de dez anos, mas isso levou a regimes de trabalho que trazem poucas garantias aos colaboradores e esbarram em diversos aspectos legislativos. A tendência é que, aos poucos, os senados criem projetos de lei para regulamentar essas contratações.

Na Califórnia, um projeto de lei conhecido como AB5 (Assembly Bill 5) cria um teste de três partes, conhecido como ABC, para definir se um profissional deve ser contratado como empregado, ou seja, com o pagamento de direitos trabalhistas. Se implementado, ele obrigará companhias como o Uber e o Lyft a proporcionar benefícios como aposentadoria aos seus trabalhadores.

Conclusão

A economia compartilhada traz desafios para empresas, universidades e trabalhadores em todo o mundo. As universidades estrangeiras criaram cursos de curta duração, hubs de empreendedorismo e centros de atendimento para auxiliar seus alunos, o que é um ótimo exemplo para as instituições brasileiras. Há uma série de habilidades que precisam ser desenvolvidas dentro e fora das universidades, mas a principal delas, talvez, seja a capacidade de criar uma própria versão de sucesso. Gerenciando a própria carreira, os colaboradores já não poderão contar com a validação de corporações e outros agentes externos para se sentirem satisfeitos com o próprio trabalho.

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